SE ME PARO UM INSTANTE...



Este silêncio
que não silencio

Estas palavras mortas
que não revivem
não consolam,
continuam
sendo
proferidas.

Este estado
desinstalado
que atravessa
a espinha,
e se aloja
na garganta

E um grito
que não sai,
guardado
entre
sonhos
e pesadelos

Este eu
que se multiplica,
e não se explica
confunde
difunde
nem se percebe

Esta corrida
que é mais fuga
que chegada,
olhando para trás
e para a frente.

Esta idéia
de um futuro
que nunca chega,
atrasado
e trágico,
cômico.

Esta despedida
diária,
que não se
despede,
contrata..

Esta percepção
dos limites
que oprime
revolta

Este nada
que afoga
enquanto o mal
atola
incomoda

E um divino
fugidio
subreptício
que pergunta
não responde.

Mais este adeus
que não termina
germina
fulmina.

João Paulo Naves Fernandes
26/09/2016



Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Soneto de Dom Pedro Casaldáliga

UM CORPO ESTENDIDO NO CHÃO

Homenagem a frei Giorgio Callegari, o "Pippo".