Descubro
neste final
de dia
o nada
que sou.
Apenas
um pó
caído
ao lado
da estrada,
apenas
um alguém
que pensa
ser autossuficiente,
enganando-se
completamente.
Coloco idéias,
manifesto opiniões,
mas no fundo,
sou um fraco
sem têmpera,
um resto.
Olhando-me
ao espelho,
sinto
vergonha
da nitidez
do reflexo.
Quisera ter
a mansidão
dos justos,
a perseverança
dos fortes.
Mas não!
Sou inconstante,
surpreendo-me
sempre
em meus
secretos
vacilos.
De fato
Sou
um autoritário
que defende
a democracia,
um defensor
dos pobres
de crista
erguida,
cheio
de vaidades
Algumas vezes
caio em mim,
vêm um lampejo
de consciência;
outras vezes
envergonho-me
mais do que
me arrependo.
O dia cai
feito um tijolo
A quem engano?
a Deus?
impossível!
A mim?
sempre.
Aos que amo?
frequentemente.
Se quiser
ser realista,
posso dizer
de mim,
- Sou um pó!
Um resto de coisa alguma,
que respira,
e se aspira.
Não tenham
misericórdia
desta confissão,
Podem
prejudicar
os poucos
e verdadeiros
momentos
de autorreconhecimento.
Deixem...
finjam
que não leram,
encontrem-me
depois,
como se nada
soubessem...
Melhor assim,
mantemos
a farsa.
Neste momento?
Ora, que se lixe o mundo!
insuportável
e fétido mundo.
Não se preocupem,
não me suicidarei.
Também sou
um covarde.
16/09/2016
Comentários
Postar um comentário