ORGÂNICO
Meu peito
tem a profundidade
de uma lança
retém as dores
do mundo
Meus ombros
suportam
estruturas
descomunais,
umbrais
estruturas
descomunais,
umbrais
clássicos das
conquistas
da Humanidade.
Meus lábios
recitam e beijam
beijam e recitam,
nunca concluem.
Minhas mãos
tateiam o mundo
cegas de perita
sensibilidade.
Meus pensamentos
seguem
uma desordem
elucidativa,
um desdém
de formas
e distâncias,
permanentemente
surpresos.
Os pés
tornaram-se
insensíveis
calejados;
seguem trilhas
perdidas
atrás da realização
de um tesouro
já descoberto.
O coração,
taquicárdico,
tem alegria
singular
e diferenciada;
Inexplicável,
transcendente.
Separados
em tudo,
permanecem,
no entanto,
juntos;
orgânicos
encontram
movimentos
comuns,
chama
de vida.
de vida.
João Paulo Naves Fernandes.
21/12/2015
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