Nada.
Não diga nada
Chega de tantas
palavras
soltas
que não levam
a lugar
algum.
Não quero ouvir nada.
Se me permite
um pouco de silêncio,
um pouco
só para
descansar
das inutilidades
que invadem
o cotidiano
e deixam
a impressão
que a vida
é assim mesmo
sem eira
nem beira...
Vou calar
minhas opiniões
por um pouco?
só para
me refazer
destas vulgaridades?
Quem sabe
o sexo
quem sabe
a cor,
quem sabe
o trabalho
ou a ausência
de trabalho.
Nada acontece.
Tenho bibliotecas
em cobranças
constantes
Tenho um tempo
caçoando
do desperdício
Tenho um mulher
que não julga
me acompanha
não sei se acordo
ou durmo?
Tenho uma aposta
nunca ganha.
e uma perda
constante
de algo
que falta
e um restante
que sobra
Um algo
que não sei
o que é,
talvez seja
o fundamental,
não sei
quem sabe...
Não importa...
preciso deste tempo
mas não tenho
a quem pedir.
São anônimos
invadem
sem licença
e estão
por todo
lado,
sem lado
só interesses
que adernam
à direita
à esquerda
eu no meio
eu também
adernando
cá e lá.
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