Corte confirma punição contra jovem pai de família, apesar da represália internacional. Ele deverá pagar 266 mil dólares e não poderá deixar o país por 10 anos
Roma, 09 de Junho de 2015 (ZENIT.org)
A Suprema Corte da Arábia Saudita confirmou a sentença de 10 anos de prisão e mil chicotadas para o blogueiro Raif Badawi. Além disso, o ativista deve pagar uma multa de um milhão de riais sauditas (cerca de 266.000 dólares), fechar a página e destruir seu computador. Badawi não poderá viajar para fora do reino wahabita por mais dez anos, uma vez fora da cadeia. O parecer deste tribunal não permite fase posterior e só pode ser modificado por um perdão concedido pelo rei Salman bin Abdelaziz Al Saud.
A Anistia Internacional, organização que liderou a campanha a favor da liberdade do blogueiro saudita, criticou a decisão de manter esta condenação "cruel e injusta” e definiu o incidente como "um dia negro para a liberdade de expressão", conforme comunicado divulgado neste domingo.
Badawi, um jovem de 31 anos, pai de três crianças, está na prisão desde meados de 2012. Há um ano ele foi condenado por "insultar o islã por meios eletrônicos", por ter suas ideias difundidas através da Rede Liberal Saudita, um site que convida ao debate sobre questões políticas e religiosas.
O jovem recebeu as primeiras 50 chicotadas dia 9 de janeiro, em uma praça pública em Jeddah, a segunda maior cidade da Arábia Saudita. A sessão seguinte foi suspensa por "recomendação médica" e desde então, as sessões foram adiadas sem explicação oficial.
A condenação internacional das Nações Unidas e da União Europeia, entre outros, ante a punição foi reforçada depois da divulgação de um vídeo com imagens da flagelação, gravado por celular. As imagens mostram como um membro das forças de segurança chicoteia o blogueiro. Desde então, toda sexta-feira há uma concentração de pessoas em frente a embaixadas sauditas em várias capitais europeias, bem como nos Estados Unidos e Canadá.
Autoridades do reino wahhabi rejeitaram as críticas. Em março, o Ministério das Relações Exteriores emitiu uma nota alegando ingerência em assuntos internos.
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