BALA PERDIDA
BALA PERDIDA
Era rápida...
Não sabiam
de onde havia partido
se de policiais
ou traficantes.
Sabe-se apenas
que seu destino
era alguém
inocente.
Alguém
que acorda cedo
e trabalha,
alguém
que sustenta
uma casa,
ou serve
de sustentação
da casa,
e brinca
na calçada
em frente.
Seu impacto
não tem alma
não tem nada.
Uma família
despede-se
de si mesma,
inocentemente.
Agora
não existem
culpados,
mas vítimas.
Os jornais
farão manchetes
venderão.
Os leitores
se escandalizarão
fechados em
seus rancores
cada vez mais
violentos,
capazes
de matar,
ou justificar
a morte.
E eu
perplexo
atônito
me desculpo
diante de todos
pela impotência
que nos acomete.
Também ando vagando
por este mundo
em busca
de não sei o quê,
no caminho
de não sei onde,
num tempo
de não sei
quando.
João Paulo Naves Fernandes..
de hoje, 18/06/2015
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