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“Charlie Charlie” – O Sim e o Não de uma prática bem real e oculta de “invocar os espíritos.”


Brincadeira, mito ou lenda à parte, o que deve nos alertar é a proximidade com o ocultismo, espiritismo e outras vertentes de invocação de mortos, espíritos e demônios.
Por Fabiano Farias de Medeiros
Horizonte, 29 de Maio de 2015 
Nestes últimos dias as redes sociais exponenciaram a “brincadeira” denominada “Charlie, Charlie” que consiste em um jogo no qual dois lápis são colocados em uma cruz sobre um papel, e escreve-se sim “e” não ” em cada aresta do cruzamento e “convida-se” através de uma invocação, o “Charlie”, um suposto espírito mexicano a responder se está ali ou não. Não são poucos os relatos de experiências com esta “brincadeira”, desde situações sérias até situações humorísticas que está ganhando proporção dia após dia. Somente a hashtag #CharlieCharlieChallenge foi usada por 2 milhões de pessoas nos últimos dois dias.
Segundo a BBC News, que investigou o caso da brincadeira e sua invocação demoníaca e a ligação com a cultura mexicana, não há registros desta prática no folclore mexicano. Segundo Maria Elena Navez da BBC, “Não há nenhum demônio chamado ‘Charlie’ no México”. Segunda ela,  “Lendas mexicanas muitas vezes vêm de histórias antigas dos Aztecas e Maias, ou a partir das muitas crenças que começaram a circular durante a conquista espanhola. Na mitologia mexicana pode encontrar deuses com nomes como ‘Tlaltecuhtli’ ou ‘Tezcatlipoca” na língua Nahuatl.”
Outra explicação possível seria um vídeo publicado em 6 de junho de 2014 no Canal YouTube que mostra a invocação de espíritos através do uso de lápis de uma forma diferente da “brincadeira” atual – O vídeo pode ser visto neste link: Jugando Charlie Charlie
Relata-se também que a “brincadeira” seria uma versão simplificada do Ouija ou Tábua Ouija, criada para ser usada como método da necromancia ou comunicação com espíritos, que é realizada usando superfície plana com letras, números ou outros símbolos em que se coloca um indicador móvel e é proveniente dos Estados Unidos no ano 1848. No Brasil realiza-se esta mesma prática, sendo conhecida como “brincadeira ou jogo do copo”. 
Brincadeira, mito ou lenda à parte, o que deve nos alertar é a proximidade com o ocultismo, espiritismo e outras vertentes de invocação de mortos, espíritos e demônios. O que é uma “brincadeira” simples pode tornar-se uma grande e escancarada porta para outras práticas. Segundo o exorcista espanhol Jose Antonio Fortea em entrevista à ACI Prensa, o famoso #CharlieCharlieChallenge envolve a prática bem real e oculta de “invocar os espíritos.”
Numa entrevista a 27 de Maio - CONFIRA AQUI – , ele avisou que “alguns espíritos que estão na raiz desta prática vão meter-se com alguns dos que jogam o jogo.” Apesar de o sacerdote afirmar que os jogadores “não ficarão necessariamente possuídos”, o espírito foi invocado e “permanecerá perto durante algum tempo.” Pe. Fortea também avisou que jogar o jogo “vai fazer com que outros espíritos comecem a entrar numa comunicação mais frequente.” “Por isso a pessoa pode mesmo sofrer consequências piores do demônio,” disse ele.
Conclui-se que a “brincadeira”, assim como qualquer outra prática que envolva estes fatores sobrenaturais de invocação de espíritos e demônios é muito perigoso. Segundo o Dr. Valter Cascioli, psiquiatra e porta-voz da Associação Internacional de Exorcistas (AIE), em recente conferência foi constatado que “um número cada vez maior de bispos e cardeais pediu para participar na conferência devido a um aumento da atividade demoníaca.” Segundo ele – “Estas práticas, de certo modo, abrem o caminho para a singular atividade demoníaca. Certamente, o número de pessoas que se dirigem a essas práticas com graves danos sociais, psicológicos, espirituais e morais está em constante aumento e isso nos preocupa porque, consequentemente, temos também um singular aumento da atividade demoníaca, de modo particular, perseguições, obsessões e, sobretudo, possessões diabólicas.” 
Relatou também que as causas do aumento destas atividades pode ser atribuído à falta de fé cada vez maior entre as pessoas, juntamente com o aumento da curiosidade em participar de tais atos. E ainda alertou: “Está-se a tornar numa emergência pastoral,” disse Cascioli à CNA. “De momento o número de perturbações de actividade demoníaca extraordinária está a crescer.”
Não podemos discorrer do combate espiritual que vivemos. A isso São Tomás de Aquino já nos alertava: “O combate em si mesmo procede da maldade dos demônios, que por inveja se esforçam para impedir o progresso dos homens e por soberba usurpam a semelhança do poder divino…”
Sabemos também que vivemos em tempos onde a proliferação de uma não aceitação ou desconhecimento das realidades espirituais é exacerbada. Haja vista que muitos católicos desconhecem a realidade dos “Novíssimos” e por vezes custam a acreditar na existência do demônio. SObre isso o Papa Francisco já havia exortado: “Fizeram crer a esta geração – a tantas outras – que o diabo era um mito, uma figura, uma ideia, ideia do mal, mas o diabo existe e nós temos de lutar contra ele”, declarou, em homilia na capela da Casa de Santa Marta.  Papa Francisco também alertou sobre o perigo do contato com o demônio: “Com o príncipe deste mundo não se pode dialogar, que isso esteja claro!” remarcou, e assinalou que “o diálogo vem da caridade, do amor. Mas com esse príncipe é impossível dialogar: só podemos responder com a Palavra de Deus que nos defende”. 
Unamo-nos em oração e revestidos da armadura de Deus, possamos rezar a oração que o Papa Leão XIII nos deixou: 
São Miguel Arcanjo, defendei-nos no combatesede o nosso refúgio contra as maldades e ciladas do demônio. Ordene-lhe Deus, instantemente o pedimos, e vós, príncipe da milícia celeste, pela virtude divina, precipitai no inferno a satanás e aos outros espíritos malignos, que andam pelo mundo para perder as almas. Amém”.

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