Neste calor...
colocarei no varal
meu sorriso
meu silêncio.
As roupas
irei jogando
pelos aposentos
como se
voltasse
de uma
exposição
de mim
redivivo.
Passarei
pela geladeira
consultando
a sede
indefinida
por qualquer
líquido
que reponha
os pensamentos
na ordem
natural.
Na sala
exercitarei
as sobrancelhas
tão formalmente suaves,
imóveis,
que sequer
repararão
se chorei
se esqueci,
agora
não importa.
Balançarei
o sexo na cama
como uma manada
de elefantes
que encontra
a água,
alegrando-se
com a abundância
da criação.
Depois
fingirei
que ainda fumo
bebo,
descerei
do pedestal
dos sobreviventes,
lembrando-me
se resta
ainda
alguma
simplicidade,
forma
enjeitada
de nossos tempos
repletos
de ídolos,
que me obrigam
a ser um.
No sofá
pleno de mim,
decodificarei
as notícias
dos telejornais,
todas sujas de interpretações
mal intencionadas,
sinistras,
pensam que
me enganam.
Por fim,
despirei-me por completo
Afinal, é Minha casa Minha vida.
PS - Não pensem que não sei arrumar-me de novo, que a armadura fica sempre preparada para as contingências. Enquanto isto eu....eu?
João Paulo Naves Fernandes.
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