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Índia: um Natal com medo da violência


Líderes cristãos de várias partes do país denunciam tentativas de sabotagem à Constituição
Por Redacao
22 de Dezembro de 2014 (Zenit.org) - "A demolição da igreja de São Sebastião em Delhi, assim como outros incidentes de violência seletiva, mostram desprezo não só pelos sentimentos religiosos da nossa comunidade, mas também pelas garantias consagradas na Constituição da Índia”, afirmam os bispos e líderes cristãos de todas as denominações, em declaração divulgada em Nova Delhi e retransmitida pela agência de notícias Fides.
“Neste Natal, sentimos um peso enorme no coração por causa da violência contra as nossas igrejas em várias partes do país, especialmente em Chattisgarh, Madhya Pradesh, Odisha, Uttar Pradesh e agora no território da cidade de Delhi”.
O comunicado é assinado por dom Anil Couto, arcebispo de Delhi, e por outros bispos e representantes católicos, ortodoxos e protestantes, bem como por líderes da sociedade civil.
“Esses atos de violência não são incidentes isolados, mas fazem parte de uma série de atos interligados, cometidos por diversos agentes não estatais. Muitos políticos pediram leis nacionais contra a conversão, medidas que afetam as comunidades cristãs e muçulmanas, embora elas não sejam mencionadas”.
“A campanha é bem organizada e ameaça a paz e a harmonia nacional, pondo em risco a identidade e o patriotismo das diversas minorias religiosas da Índia (...) O governo venceu as eleições com uma plataforma de 'desenvolvimento e bom governo', mas os grupos radicais veem aprovado o seu programa de ódio e nacionalismo religioso. É uma tentativa flagrante de sabotar a Constituição da Índia, que garante a liberdade de cada cidadão para professar, praticar e propagar a sua religião”.
Os líderes destacam que as medidas, ironicamente chamadas de “leis da liberdade religiosa”, vigoram em vários Estados da Índia, onde “são usadas contra as minorias e dão à polícia o poder de deter e punir sacerdotes, religiosos e religiosas”. Os bispos enviaram um memorando ao governo para denunciar vários episódios “que representam a hostilidade e a discriminação contra os cristãos em toda a Índia”. Há casos de agressão física, profanação de edifícios religiosos e “boicote social”: por exemplo, alguns missionários cristãos foram proibidos de entrar em mais de 50 aldeias e algumas famílias cristãs em Orissa não podem usar o poço público.
“A Índia é uma terra em que as diferentes crenças religiosas sempre conviveram. Os fundadores se comprometeram com a proteção dos direitos de todos, independentemente de religião, sexo ou casta. Esperamos e rezamos para que esta discriminação e violência seletiva acabem, graças a uma forte vontade política das instituições civis e políticas”.

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