NO AGUARDO
As tuas pedras...
trazem os nomes dos teus pais.
Tuas vinganças,
farsas,
permanecem escondidas
nos sorrisos
de tua mãe.
Sorrateiras,
tuas ações
são molduras
de nada,
ausências
de obras primas.
Por isto,
a solidão crescente.
Por isto,
caminhos ocasionais.
Não se busca Deus
em supermercados
nem produtos
na Igreja.
Deixe a Cesar
a casa
o carro
as compras
o emprego
o dinheiro!
Guarde a Deus
um coração
mais sincero
do que puro,
mais igualitário
do que iníquo.
Não confunda Deus com...
Depois,
se quiser ser eremita
o seja.
Por hora,
redescubra
os beijos
jamais dados,
o despertar da palavra
não declarada,
guardada
a sete chaves.
Algo de bom, assim,
rondará tua vida.
Assim
a qualquer momento
uma experiência
sairá escondida
dos laboratórios
morais,
imprópria.
Ignorando o posto
recriará.
Importunará
Será
como um rio
de Água Viva
a retirar
folhas mortas
troncos caídos,
substratos
de quedas
constantes.
Ontem dormi
sem saber
da noite
nem do dia,
fora do tempo
Hoje despertei
sem sonho
sem saber
do dia
se irá
como irá?
Sem sentido.
.
Refaço trajetos
percebo-me frágil,
o mesmo,
como sempre.
Os mistérios continuam escondidos
João Paulo Naves Fernandes
(aguardando)
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