As pesquisas eleitorais e o rumo das eleições
ter, 08/04/2014 - 06:00 - Atualizado em 08/04/2014 - 06:00
Houve uma euforia incompreensível – da oposição e de petistas que querem a volta de Lula – com a última pesquisa Datafolha. Comemorou-se o fato de Dilma Rousseff ter perdido 6 pontos nas intenções de voto. Mas nenhum de seus adversários logrou conquista-los. E a queda não foi tão substancial a ponto de ensejar sua substituição por Lula.
A rigor, o que a pesquisa mostrou é um desânimo generalizado em relação a todos os candidatos. Apenas isso.
Por exemplo:
- Intenção de voto espontânea para Presidente.
Dilma caiu dois pontos – de 22 para 20% - em relação à última pesquisa, de 20 de fevereiro passado. Mas Aécio, Marina Silva e Eduardo Campos ficaram com apenas 2 pontos cada. Dilma ganha folgado em todas as faixas de renda, com exceção da faixa de mais de 20 salários mínimos, onde empata com Aécio em 14 pontos.
- Na resposta estimulada, Dilma venceria no primeiro turno.
Tomando-se por base os votos úteis, contra Aécio e Campos, Dilma teria 57,3% dos votos; contra 61,8% em 20 de fevereiro e 53,8% em 11 de outubro de 2003. Aécio teria 24% e Campos 18,7%..
- Com Aécio e Marina competindo, poderia haver segundo turno.
Em outubro passado, Dilma teria 46% dos votos válidos, contra 34% de Marina e 20% de Aécio. Em fevereiro passado, subiu para 53%, contra 28% da Marina e 19% do Aécio. Agora, voltou aos 48%, 33% e 20%.
- Em um segundo turno, Dilma venceria tanto Aécio (50 a 31) quanto Campos (51 a 27).***
O ponto central a considerar é que a disputa ainda não começou.
Do lado de Dilma, o episódio Petrobras revelou uma capacidade inédita da presidente em dar tiro no pé. Essa é uma variável relevante a ser considerada daqui para frente, embora de difícil mensuração.
Por outro lado, a oposição está bastante focada em desconstruir a imagem de gestora de Dilma, com elementos concretos – mudanças no setor elétrico e alguns indicadores macroeconômicos (mas de difícil assimilação para o eleitor médio) e outros facilmente rebatíveis, como as estatísticas negativas sobre as obras do PAC.
No horário gratuito, será fácil rebater mostrando o que a cobertura esconde: as obras construídas ou em construção.
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O verdadeiro embate se dará em torno dos compromissos de Dilma com os cidadãos.
Nas faixas de menor renda, terá muito a mostrar: Pronatec, + Médicos, Brasil Sorridente. Nas faixas médias, pouco, devido à falta de compromissos em relação aos consumidores de serviços regulados – como telefonia, transportes e planos de saúde.
Nas faixas de menor renda, terá muito a mostrar: Pronatec, + Médicos, Brasil Sorridente. Nas faixas médias, pouco, devido à falta de compromissos em relação aos consumidores de serviços regulados – como telefonia, transportes e planos de saúde.
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O problema da oposição é mais complexo. Até agora não conseguiu desenvolver um discurso sequer. E, na elaboração de sua plataforma, Aécio Neves continua a exibir uma submissão intelectual inacreditável em relação ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
Não se entende o que pretende, ao transformar o governo FHC em uma meta a ser perseguida.
57% dos entrevistados não votariam em nenhum candidato apoiado por FHC. E essa rejeição é generalizada. Entre os eleitores que votariam em Aécio, 42% não votariam em nenhum candidato apoiado por FHC, contra apenas 23% que votariam.
O único local onde FHC venceria seria nos jantares promovidos por João Doria Júnior – que não são, positivamente, recomendados para quem pretende conquistar a simpatia popular.
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