A polêmica da palavra "Alá" na Malásia: sacerdote católico é interrogado por utilizar a palavra Alá para designar Deus
Duas horas cara a cara com a polícia: diretor do semanário católico Herald é acusado de "sedição". Muçulmanos de todo o mundo debatem a polêmica
10 de Janeiro de 2014 (Zenit.org) - A agência AsiaNews noticiou que a polícia da Malásia entregou ontem ao Ministério Público do país as atas do interrogatório a que foi submetido o pe. Lawrence Andrew, diretor do semanário católico “Herald”, da arquidiocese da capital, Kuala Lumpur.
Junto com o sacerdote, foram interrogadas outras 99 pessoas. A polícia já confirmou o fim das investigações e agora cabe ao Ministério Público malaio avaliar as posições individuais e decidir se haverá processos. À polícia, o pe. Lawrence forneceu várias provas, incluindo textos antigos e edições de bíblias, para mostrar que a palavra "Alá" é usada pelos cristãos há séculos.
A blitz islamita nas instalações da sociedade cristã entra na polêmica levantada pelo uso da palavra "Alá" por parte dos não muçulmanos. Em outubro passado, o Tribunal de Recurso proibiu o “Herald”, publicação católica da arquidiocese de Kuala Lumpur, de usar a palavra "Alá" em referência ao Deus cristão. O pe. Lawrence, diretor da publicação semanal, entrou com pedido de recurso contra a sentença.
Após o veredito, funcionários do Ministério do Interior bloquearam 2.000 exemplares da revista no aeroporto de Kota Kinabalu, Estado de Sabah, "justificando" o gesto com a necessidade de verificar se a publicação estava mesmo cumprindo a ordem e se não havia “uso indevido da palavra Allah”.
O sacerdote caiu na mira das autoridades devido às suas recentes declarações sobre a polêmica do uso da palavra "Alá" por parte de não muçulmanos. Ele está sendo investigado por suposta "sedição". Fontes católicas relatam que a situação local “está muito difícil” e que o pe. Lawrence não tem a intenção de fazer declarações oficiais à imprensa, para não alimentar ainda mais a polêmica.
O Ministério Público, por sua vez, tem negado os rumores de possíveis novos convites ao pe. Lawrence para comparecer perante as autoridades depois de ter criticado a apreensão de centenas de exemplares da bíblia por autoridades islâmicas de Selangor.
Em 7 de janeiro, o pe. Lawrence foi interrogado durante duas horas pela polícia da capital: o motivo foram as declarações feitas pelo sacerdote de que as organizações e instituições islâmicas não têm direito nem jurisdição para interferir em instituições e associações cristãs.
O padre acrescentou que as igrejas da região continuarão usando o nome de "Alá" para descrever o Deus cristão nos cultos de domingo, porque a proibição de empregar a palavra se aplica somente à publicação “Herald”.Junto com o sacerdote, foram interrogadas outras 99 pessoas. A polícia já confirmou o fim das investigações e agora cabe ao Ministério Público malaio avaliar as posições individuais e decidir se haverá processos. À polícia, o pe. Lawrence forneceu várias provas, incluindo textos antigos e edições de bíblias, para mostrar que a palavra "Alá" é usada pelos cristãos há séculos.
O caso ultrapassou as fronteiras da Malásia e abasteceu um incendiado debate entre os muçulmanos de todo o mundo. Muhammad Musri, imã e especialista em lei islâmica nos Estados Unidos, chegou a se dirigir ao governo de Kuala Lumpur pedindo que a justiça autorize os cristãos a usarem a palavra "Alá". "Eu sou especialista em islã e aprendi o alcorão de cor", diz ele, que considera que a decisão do tribunal de proibir os cristãos malaios de usar o termo é "contrária aos valores do islã" e deve ser revista, já que se trata de um "erro trágico".
Na própria Malásia, a intimação ao pe. Lawrence chamou vasta atenção. Ela aconteceu poucos dias depois que funcionários do Departamento Religioso Islâmico invadiram a Sociedade Bíblica da Malásia em Selangor e apreenderam 320 exemplares da bíblia em língua malaia, além de reterem, durante algumas horas, dois membros da comunidade cristã local.A blitz islamita nas instalações da sociedade cristã entra na polêmica levantada pelo uso da palavra "Alá" por parte dos não muçulmanos. Em outubro passado, o Tribunal de Recurso proibiu o “Herald”, publicação católica da arquidiocese de Kuala Lumpur, de usar a palavra "Alá" em referência ao Deus cristão. O pe. Lawrence, diretor da publicação semanal, entrou com pedido de recurso contra a sentença.
Após o veredito, funcionários do Ministério do Interior bloquearam 2.000 exemplares da revista no aeroporto de Kota Kinabalu, Estado de Sabah, "justificando" o gesto com a necessidade de verificar se a publicação estava mesmo cumprindo a ordem e se não havia “uso indevido da palavra Allah”.
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