Não me refiro especificamente a respeito do nascimento de Jesus Cristo, o nosso Salvador, mas serve bem como exemplo: como é difícil deixarmos tudo o que fazemos, para ir em busca daquilo que nos é essencial.
O que, via de regra, vale, o que nos segura, nos move, são fatores acessórios, superficiais, que neste trajeto de vida, acabam assumindo importância capital.
É como a árvore de Natal que é armada em outubro.
Ela tem um profundo significado de descoberta do principal, mas não há o espírito que a torna mensageira.
Torna-se tão somente uma árvore comum, como tantas que vemos diariamente.
Não será também assim a vida, o principal nos acompanhando sorrateiramente, desprestigiado, enquanto fazemos todos os tipos de buscas inúteis?
Colocamos a culpa no Pato (do Corinthians), na Dilma, nos políticos, pastores, padres, a penca é grande.
Não nos cansamos de denunciá-los (pelas nossas fraquezas nunca admitidas).
Somos os julgadores deste mundo.
Ah, como os intelectuais são verdadeiros deuses a contemplar o mundo por cima de suas cátedras.
Como há distâncias intransponíveis entre a fé e a atitude.
Só Cristo mesmo.
Somos os tais.
Quando monto a árvore de Natal, ainda em outubro, onde a vizinhança, amigos, inimigos, todos, estão envolvidos com suas inutilidades, tenho a sensação de um vazio imenso.
Terá de ser devagar, para não ferir a ponto de por tudo por terra.
Quem sabe se as lampadinhas, depois de armadas tenham um significado de despertar.
Despertarão?
Os enfeites são os mais perigosos, sempre a nos convidar a um natal pictórico, coreográfico, despistando o seu sentido.
Os presentes representarão tudo o que não fizemos durante o ano, e servirão como uma imensa desculpa pela falha. Tudo bem, é cristão.
Preciso preencher em mim esta árvore nua hoje, e tentar ir pondo nela os adereços.
Será que ficará pronta?
Tenho dúvidas
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