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República Centro-Africana impede o retorno de crianças-soldados ugandesas

Reitor do seminário sacerdotal nacional de Alokolum em declarações à Fundação AIS
24 de Outubro de 2013 (Zenit.org) - Após o golpe de estado na República Centro-Africana, a 24 de Março, tornou-se “mais difícil para as crianças-soldado ugandesas” - raptadas para ingressarem nas fileiras de grupos rebeldes que actuam naquele país, como o Exército de Libertação do Senhor (LRA) – “regressarem à sua terra natal”.
A denúncia é de Monsenhor Cosmas Alule, reitor do seminário sacerdotal nacional de Alokolum, no norte de Uganda, em declarações à Fundação AIS.
O problema é que os rebeldes Séléka, que chegaram ao poder na República Centro-Africana depois do golpe de estado, têm “muita simpatia para com o líder do LRA, Joseph Kony”, e expulsaram as tropas do Uganda estacionadas nesse país.
Desde então, tornou-se mais difícil a fuga das crianças-soldado, que normalmente aproveitavam a passagem de colunas de soldados ugandeses para se libertarem da escravidão imposta pelo LRA.
Atualmente, a situação no Uganda melhorou muito, reconhece o reitor, “e as pessoas já não têm medo”, como nos tempos da guerra civil, mas o LRA continua “muito activo, especialmente na República Centro-Africana e no Sudão”, explica Monsenhor Cosmas, recordando os anos em que a região onde se situa o seminário foi “duramente afectada” pelos combates.
Durante esse período, especialmente entre os anos de 1988 e 2008, era prática corrente, por parte de grupos armados, o rapto de crianças para o ingresso nas suas fileiras.
Estimativas das Nações Unidas apontam para cerca de 30 mil crianças raptadas essencialmente pelo LRA só no norte do Uganda durante o conflito.
Os rapazes raptados eram convertidos em soldados e as raparigas em escravas sexuais.
Monsenhor Cosmas Alule recordou à Fundação AIS o ataque ao seminário menor da diocese de Gulu, ocorrido no dia 11 de Maio de 2003, em que 41 seminaristas foram raptados.
Ao fim de uma década, continuam desaparecidos 12 desses jovens, não havendo qualquer informação sobre o seu paradeiro. No entanto, diz o reitor, “ainda há esperança de que algumas destas crianças-soldado possam regressar”.

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