Pular para o conteúdo principal

Hoje visitei a Dalva

Pode ser que este seja um nome conhecido por você, pode ser que não.

Para mim, nem tanto.

Tenho uma tia, que não vejo há anos, pois mora em Uberaba, com este nome.

O fato é que entrei num quarto da Ortopedia do HC e eis ela estava ali, deitada.

A TV com o som nas alturas tocava "É preciso saber viver". Muito apropriado para aquele momento.

Vi seu nome escrito na cabeceira da cama, para identificação do paciente. Protocolos hospitalares.

Ficou muito alegre por me ver entrar dançando em seu quarto.

Identifiquei-me pelo nome e de  minha atividade de Pastoral da Saúde ali.

Perguntei se os seus parentes vieram visitar-lhe.

Disse que sim, mas justificou muito porque estavam ausentes naquele momento.

Bem, para encurtar a conversa: ela está hospitalizada há 1 ano.

Disse-me que está difícil suportar esta condição, que trabalhou até os 69 anos, e que agora a angústia é de estar parada sem fazer nada.

Pensei, porque não desenvolvem atividades possíveis de serem realizadas com estas mulheres que estão prisioneiras nas camas?

Conversamos um pouco e logo despedi-me.

O único que pode permanecer com ela é Deus. Roguemos a Ele por ela.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Soneto de Dom Pedro Casaldáliga

Será uma paz armada, amigos, Será uma vida inteira este combate; Porque a cratera da ... carne só se cala Quando a morte fizer calar seus braseiros. Sem fogo no lar e com o sonho mudo, Sem filhos nos joelhos a quem beijar, Sentireis o gelo a cercar-vos E, muitas vezes, sereis beijados pela solidão. Não deveis ter um coração sem núpcias Deveis amar tudo, todos, todas Como discípulos D'Aquele que amou primeiro. Perdida para o Reino e conquistada, Será uma paz tão livre quanto armada, Será o Amor amado a corpo inteiro. Dom Pedro Casaldáliga

UM CORPO ESTENDIDO NO CHÃO

 Acabo de vir do Largo de Pinheiro. Ali, na Igreja de Nossa Senhora de M Montserrat, atravessa  a Cardeal Arcoverde que vai até a Rebouças,  na altura do Shopping Eldorado.   Bem, logo na esquina da igreja com a Cardeal,  hoje, 15/03/2024, um caminhão atropelou e matou um entregador de pão, de bike, que trabalhava numa padaria da região.  Ó corpo ficou estendido no chão,  coberto com uma manta de alumínio.   Um frentista do posto com quem conversei alegou que estes entregadores são muito abusados e que atravessam na frente dos carros,  arriscando-se diariamente. Perguntei-lhe, porque correm tanto? Logo alguém respondeu que eles tem um horário apertado para cumprir. Imagino como deve estar a cabeça do caminhoneiro, independente dele estar certo ou errado. Ele certamente deve estar sentindo -se angustiado.  E a vítima fatal, um jovem de uns 25 anos, trabalhador, dedicado,  talvez casado e com filhos. Como qualquer entregador, não tem direito algum.  Esta é minha cidade...esse o meu povo

Homenagem a frei Giorgio Callegari, o "Pippo".

Hoje quero fazer memória a um grande herói da Históra do Brasil, o frei Giorgio Callegari. Gosto muito do monumento ao soldado desconhecido, porque muitos heróis brasileiros estão no anonimato, com suas tarefas realizadas na conquista da democracia que experimentamos. Mas é preciso exaltar estas personalidades cheias de vida e disposição em transformar o nosso país numa verdadeira nação livre. Posso dizer, pela convivência que tive, que hoje certamente ele estaria incomodado com as condições em que se encontra grande parte da população brasileira,  pressionando dirigentes e organizando movimentos para alcançar conquistas ainda maiores, para melhorar suas condições de vida. Não me lembro bem o ano em que nos conhecemos, deve ter sido entre 1968 e 1970, talvez um pouco antes. Eu era estudante secundarista, e já participava do movimento estudantil em Pinheiros (Casa do estudante pinheirense - hoje extinta), e diretamente no movimento de massa, sem estar organizado em alguma escola,