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14 de Setembro, já vivemos a primavera na prática, mas o inverno da alma continua

Dia de Sol e calor em Sampa. As flores caem das árvores antecipando a primavera. Não fosse a sensação de que há um conluio do mal para derrotar o bem e poderia completar a minha alegria. Sim falta uma vinda redentora sobre a Terra. Podem achar o que quiserem, mas é necessário. Estive no cardiologista e descobri que tenho uma lesão no coração. Sinceridade? Vou cuidar-me, mas não vou desesperar-me. Tenho consciência do amor de Deus, e sinto-me sob sua proteção permanente. Ele sabe de mim, sabe que sou capaz de ir as últimas consequências por Ele (ou talvez eu seja também outro Pedro?). Não sei de mais nada. Tantos caminhos tentei que ficaram no meio...Não precisava uma tristeza aos 64 anos, mas veio. Meu neto Arthur, com sua pureza infantil é o meu consolo. Até da Igreja estou cansado. Só me restam os doentes, mas também deles fui separado. Demoro para dormir, pensando. Não passa... Não há um remédio que me console. Desculpem se não lhes trago um ânimo hoje. Assisti a uma homilia de um padre que não me convenceu, e a uma palestra na Canção Nova cuja moça tinha uma ênfase padronizada, não vivida. Cansei-me de ver programas que não me atraem. O futebol é bom, mas é uma queda da espiritualidade. Paciência...No face passeio em busca de respostas a perguntas não feitas. São discussões inúteis. Um ódio aos mensaleiros como se tivessem na porta de suas casas. Uma bela transferência das revoltas e angústias não encaradas. Se forem condenados que sejam. Mas daí a se jactarem em ódio, tenham paciência. Preciso de gente com discussões elevadas, reflexões sublimes, que me encantem neste pântano e nevoeiros. Não me descubro. Deus me parece mais ausente neste momento. Há uma frieza d'alma misturada com um nada fazer. Sem solução a vista.

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