Aquela velha figura do leitor de livro , em pé ou sentado, durante a viagem de metrô, está sendo atropelada por grupos de jovens da periferia, falando alto sem se importar com quem está do seu lado. Esta situação está se tornando cada vez mais comum. É o povão transformando a paisagem burguesa bucólica, numa subversiva invasão "alienígena". O tradicionalismo silencia-se reprovando o povo que ignora a reprovação. A mudança é inevitável. O carro está cada vez mais impraticável. As estruturas econômicas e fabris, não conseguem fazer a guinada popular para o veículo individual, e insistem, insistem. Enquanto isto aguarda-se o dia em que ocorrerá o grande congestionamento, que paralisará tudo e precisará de dias para tirar o nó em que a cidade ficará. São Paulo está superlotado, congestionado, misturado, desnorteado, desfigurado, sem projetos, sem saída. Ainda há o amor, requentado, escondido, amedrontado, tímido, não declarado. Quem sabe ele tenha algum poder de resgate. Está desigual. Estão ficando maduras as condições revolucionárias no país pois a complexidade social, a teia produtiva, o emaranhado político, tudo concorre para a descrença nas soluções paliativas. Se o país estivesse nas mãos dos conservadores, quem sabe vivêssemos o estampido da pressão em que a população se vê prisioneira.
Será uma paz armada, amigos, Será uma vida inteira este combate; Porque a cratera da ... carne só se cala Quando a morte fizer calar seus braseiros. Sem fogo no lar e com o sonho mudo, Sem filhos nos joelhos a quem beijar, Sentireis o gelo a cercar-vos E, muitas vezes, sereis beijados pela solidão. Não deveis ter um coração sem núpcias Deveis amar tudo, todos, todas Como discípulos D'Aquele que amou primeiro. Perdida para o Reino e conquistada, Será uma paz tão livre quanto armada, Será o Amor amado a corpo inteiro. Dom Pedro Casaldáliga
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