São Paulo sem novidades, chama-se trabalho

O paulista mete a cara desde cedo. Morreu fulano é notícia atravessada no meio do serviço.

Não há tempo para nada, e o dia corre com a rapidez da exploração.

O pobre se segura com o que tem, e é pouco, o rico se refestela com seus excessos, o empreendedor não dorme, sonha.

Não há mais espaços, ficaram reduzidos.

Ah, lá se vai minha infância, onde tinha tempo para se fazer barra no galho de alguma árvore no meio do caminho para o colégio.

Engrossar os braços de músculos.

Hoje, isto é piada, diante das inúmeras academias e métodos de musculação e dietas.

Até o pecado ficou impedido neste aluvião de coisas, para o bem da santidade.

O dia amanheceu muito frio, e deu uma pequena aquecida durante o dia, mas manteve-se nublado e com gotículas frequentes.

Eu que pego minha magrela do metrô para casa sei da umidade muito bem.

Em casa, tudo escuro. Sou o primeiro.

Meu cão espera-me com uma angústia de abandonado, e de fato estava.

Hoje o neto é o centro de tudo e os filhotes de buldog francês também, todos lindos.

Acendo uma vela de agradecimento a Deus pelo dia tão bom que tive, e saio com o cão para o seu serviço de higiene, com sacolinhas e tudo, sou civilizado.

Espero anoitecer para fazer uma oração mais internalizada pelas intenções que me trouxeram.

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