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Desnatal



Imagem de Jesus e o cordeiro


Mesa sendo preparada
corações em sentido.

Algo grandioso e antigo
cresce no meio do povo
questionando, em silêncio,
a insensatez
insensibilidade
a omissão
exploração
a fome.

Notícia repetida
de uma novidade
que não se esgota,
convidando,
diuturnamente,
o mundo
a abandonar
as guerras.

Não intervém
podendo,
não acusa,
conhecedor
de tudo.

Distribui
a riqueza
e a liberdade,
aos poderosos,
para explorar;
aos assassinos,
para matar;
aos tolos,
para sucumbir;
aos pequenos,
para sobreviver.

Ama incondicionalmente
o bom e o mau
sem exceção.
o que o torna
incompreensível
a muitos,
e abandonado
pela maioria
que continua
fazendo o
trajeto
de sempre.

As mãos
continuam
estendidas.
em meio
a costumes
distantes.

A grande
transformação
está para ser
repartida,
sonolenta
e bisonha.

alguém grita
nas ruas
um canto
desaparecido.

Foi-se no tempo.

Quem sabe
renascendo
possa causar
o desassossego
tão desejado.

Mas não,
escondido
em meio
a presentes
perus
tenders
pernis
já quase
não aparece
mais.

Nasça, Filho do Homem!

Teime no amor, este banido!

O tempo já passou
e ninguém percebeu!







Comentários

Caro João Paulo, achei muito original sua criação "Desnatal". Um forte abraço,
Luiz Roberto

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