Não é possível respirar com mais ímpeto, muito menos intervir em diversas situações ao mesmo tempo, com a mesma ênfase, a todo momento.
Estamos prisioneiros de nossos corpos e no dia a dia, consciente ou inconscientemente, vamos nos apercebendo que devemos dosar nossa força, para as ocasiões significativas, conscientes de nossa temporalidade, e guardando energias em situações que não possuem relevância.
Nestas, sem a devida perda d'alma, isto é, conservando uma presença equilibrada e respeitosa, passamos pela superfície da vida circunspectos, como se estivéssemos realmente interessados, mas sabedores da insignificância dos fatos. Porque há fatos e fatos.
O limite psico-corporal impõe uma forma de postar a vida.
Imagino um homem bomba preparando-se com todo aquele artefato enrolado em seu peito, sua cintura: faz uma despedida da vida considerando o alto grau que ele daquele gesto. Logo se despedaçará em vários pedaços de carne que nunca mais serão reunidos.
Sobre ele uma convicção suporta a rejeição à morte, porque a vida resiste em viver.
Mas vai e se explode.
Para ele aquele momento é o clímax de tudo o que conseguiu entender e considerar no tempo em que esteve vivendo.
Ainda que considerando a forma absurda de tal atitude, e ainda imaginando que ceifam outros tantos juntos, ali presentes, desatentos e alegres, tenho que aceitar que a vida traz um convite de apogeu, conquista suprema, doação total, a rondar a limitação humana. Nem que seja para seu próprio filho.
O homem olha o mundo com tantos erros e problemas que vai nutrindo-se de expectativas e esperanças de superações.
O homem acha-se convidado, desde as religiões em seus vários matizes, até as teorias políticas mais coerentes e aparentemente verdadeiras, a imolar-se, entregar-se, explodir-se, crucificar-se, por uma causa, uma fixação, uma imagem perfeita da humanidade.
Em suas entranhas instintivas, gera uma humanidade solidária, que se engendra a conceitos e crenças, convicções e teorias, penetra na razão até sobrepô-la em uma fé ou firmeza teórica, que o projeta desde o sacrifício, termo que em latim vem significar fazer sagrado, até imolar-se inteiramente, ou matar.
Lembro-me dos monges budistas do Vietnã ateando fogo ao corpo sentados no chão, sem mover-se, enquanto a população de Saigon chocava-se com a cena.
Assitia-as com regularidade que ocorriam, e pensava: "Será que estarão enfraquecendo a guerra com este gesto?"
Porque os soldados americanos continuavam seus bombardeios com napalm e os vietcongues mantinham suas táticas de guerrilhas, ambos devorando-se. Suas convicções dependiam de quantos matavam para se reforçar.
Por aqui na América, eu lia o Diário de Che Guevara na Bolívia, e penso que a juventude revolucionária de minha época também o fazia, com uma ânsia de estar com ele no meio da mata, numa visão romântica que sofreu com sua morte, e ainda mais dolorosa ao v a ver a nascente mídia reformá-lo de seu modelo revolucionário, incorporando-o no modus vivendi capitalista ocidental, um culto destituído de sua paixão.
O mesmo se deu e ocorre hoje com o Cristo, Buda, Luther King, Gandhi, sob um prisma humano amplo de humanidade, até os líderes necrófilos sadomasoquistas que têm em Hitler seu bastião máximo, e diversos seguidores que declino de citar, para não sujar este escrito.
Como o homem sofre a limitação de sua condição humana.
De um lado o impulso instintivo, carnal, de trazer tudo para si, conquistar o que puder, sexo, dinheiro, poder; e, de outro, a descoberta da imensa alegria de viver, de sentir o amor, e perceber a importância de aproveitar cada instante de sua presença neste planeta estranho que nos acolhe, contemplando e agindo, até o fim.
Não contente projeta-se no escuro, a decifrar o significado de tudo isto, insatisfeito com sua temporalidade, e prevê uma continuidade que supere seus limites atuais, e o liberte para outra dimensão, onde possa conservar esta humanidade em um perspectiva mais ampla e superior.
Vincula esta projeção a uma moral de vida, que, ao longo do tempo, vai moldando-o.
Homem que chora e sorri, que mata e é morto.
Homem de guerras permanentes em poucos intervalos de paz.
Este homem tem o mistério de não conhecer-se completamente, a si e aos seus, mas vai, às apalpadelas decifrando caminhos.
Estamos prisioneiros de nossos corpos e no dia a dia, consciente ou inconscientemente, vamos nos apercebendo que devemos dosar nossa força, para as ocasiões significativas, conscientes de nossa temporalidade, e guardando energias em situações que não possuem relevância.
Nestas, sem a devida perda d'alma, isto é, conservando uma presença equilibrada e respeitosa, passamos pela superfície da vida circunspectos, como se estivéssemos realmente interessados, mas sabedores da insignificância dos fatos. Porque há fatos e fatos.
O limite psico-corporal impõe uma forma de postar a vida.
Imagino um homem bomba preparando-se com todo aquele artefato enrolado em seu peito, sua cintura: faz uma despedida da vida considerando o alto grau que ele daquele gesto. Logo se despedaçará em vários pedaços de carne que nunca mais serão reunidos.
Sobre ele uma convicção suporta a rejeição à morte, porque a vida resiste em viver.
Mas vai e se explode.
Para ele aquele momento é o clímax de tudo o que conseguiu entender e considerar no tempo em que esteve vivendo.
Ainda que considerando a forma absurda de tal atitude, e ainda imaginando que ceifam outros tantos juntos, ali presentes, desatentos e alegres, tenho que aceitar que a vida traz um convite de apogeu, conquista suprema, doação total, a rondar a limitação humana. Nem que seja para seu próprio filho.
O homem olha o mundo com tantos erros e problemas que vai nutrindo-se de expectativas e esperanças de superações.
O homem acha-se convidado, desde as religiões em seus vários matizes, até as teorias políticas mais coerentes e aparentemente verdadeiras, a imolar-se, entregar-se, explodir-se, crucificar-se, por uma causa, uma fixação, uma imagem perfeita da humanidade.
Em suas entranhas instintivas, gera uma humanidade solidária, que se engendra a conceitos e crenças, convicções e teorias, penetra na razão até sobrepô-la em uma fé ou firmeza teórica, que o projeta desde o sacrifício, termo que em latim vem significar fazer sagrado, até imolar-se inteiramente, ou matar.
Lembro-me dos monges budistas do Vietnã ateando fogo ao corpo sentados no chão, sem mover-se, enquanto a população de Saigon chocava-se com a cena.
Assitia-as com regularidade que ocorriam, e pensava: "Será que estarão enfraquecendo a guerra com este gesto?"
Porque os soldados americanos continuavam seus bombardeios com napalm e os vietcongues mantinham suas táticas de guerrilhas, ambos devorando-se. Suas convicções dependiam de quantos matavam para se reforçar.
Por aqui na América, eu lia o Diário de Che Guevara na Bolívia, e penso que a juventude revolucionária de minha época também o fazia, com uma ânsia de estar com ele no meio da mata, numa visão romântica que sofreu com sua morte, e ainda mais dolorosa ao v a ver a nascente mídia reformá-lo de seu modelo revolucionário, incorporando-o no modus vivendi capitalista ocidental, um culto destituído de sua paixão.
O mesmo se deu e ocorre hoje com o Cristo, Buda, Luther King, Gandhi, sob um prisma humano amplo de humanidade, até os líderes necrófilos sadomasoquistas que têm em Hitler seu bastião máximo, e diversos seguidores que declino de citar, para não sujar este escrito.
Como o homem sofre a limitação de sua condição humana.
De um lado o impulso instintivo, carnal, de trazer tudo para si, conquistar o que puder, sexo, dinheiro, poder; e, de outro, a descoberta da imensa alegria de viver, de sentir o amor, e perceber a importância de aproveitar cada instante de sua presença neste planeta estranho que nos acolhe, contemplando e agindo, até o fim.
Não contente projeta-se no escuro, a decifrar o significado de tudo isto, insatisfeito com sua temporalidade, e prevê uma continuidade que supere seus limites atuais, e o liberte para outra dimensão, onde possa conservar esta humanidade em um perspectiva mais ampla e superior.
Vincula esta projeção a uma moral de vida, que, ao longo do tempo, vai moldando-o.
Homem que chora e sorri, que mata e é morto.
Homem de guerras permanentes em poucos intervalos de paz.
Este homem tem o mistério de não conhecer-se completamente, a si e aos seus, mas vai, às apalpadelas decifrando caminhos.
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