Meu São Paulo cinza
do céu cinza
prédios cinza
roupas cinza
pessoas cinza.
São Paulo que não acorda
segue dormindo
num sonambulismo de séculos.
São Paulo dos olhos fugidios
dos que convivem
não vivem,
comprimem
não exprimem,
que amam,
desamam.
Falta o mar?
O campo?
O que falta
para São Paulo
despertar.
É o esgoto,
o lixo
o bicho.
É o congestionamento
as contas
as grandes distâncias
a falta de tempo.
É a prensa
a imprensa
a pressa.
É o agora
embora
de onde mora?
Sonho de saída
despedida
arrependida,
enquanto
cansa
sem dança
a desesperança.
São Paulo cinza
convida
aos lençois brancos
como remissão
da agitação
sem norte
como benção
do suor diário
escrito no diário
do autor
que se levanta,
se espanta.
se espanta.
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