O dia mal clareia e ponho-me de pé.
O sol, o frescor da manhã, e os pássaros cantando são um alento para o que vem pela frente.
Respiro fundo, dou uma boa olhada em tudo, busco no mais profundo céu uma possibilidade de ver a Deus, e parto.
As pessoas parecem zumbis, não se cumprimentam, se saúdam, se reconhecem. Não, estão distantes de si mesmas, e em consequência dos demais.
Ganho as ruas,o calor seca a esperança, e acorda a realidade da cidade egoísta.
Como autômatos seguem trajetos repetidos todos os dias. Como autômatos consolidam um mesmo pensamento, personalidade, visão de mundo, grupo de relações, uma mesma atividade de sobrevivência, mesma esposa e filhos sociais.
Ouço os passos, frenesi do nada, conversas afiadas e cegas.
Só não ouço corações. Parecem não bater.
Busco uma Igreja.
Um sacerdote, do altar celebra Cristo para si mesmo.
"Com Cristo, em Cristo, e por Cristo" torna-se sem sentido diante de um santuário vazio.
Somente os velhos estão, os que compreendem a proximidade do fim, e procuram arrepender-se sem parar, em prestação de contas antecipadas dos inúmeros erros.
Melhor entrar em um supermercado, um shopping.
Lá estarão os jovens, os adultos, as mulheres.
Lá estarão todos bem acordados, à procura de como se vestir, alimentar, divertir.
Lá estarão com sorrisos mercadológicos, em contemporâneas relações de trocas, neo- estruturalismo antropológico.
Passam a vida trocando, trocando, como se nada se ajeitasse bem, e precisasse ser substituído rapidamente.
Passam a acreditar neste fim que não termina, como realização, recompensa.
Meus olhos não tem a mesma avidez, e sente sono, sonolência desta realidade perdida do capitalismo brasileiro dos anos 2000 dC.
Como uma resistência inconsciente a preservar os sentidos deste avêsso de vida, passo a ter um cansaço de morte.
Quem sabe a cama encerre-me desta prisão mundial, com o sussurro da noite, dos sonhos que ainda assaltam, e assopre em meus ouvidos outras possibilidades, alternativas.
Fantasmas da infância, da juventude, da senilidade fazem uma varredura em erros e acertos, culpando-me e perdoando-me, num etéreo campo de concentração da alma.
Já não posso mais dizer quem sou.
Um incenso de esperança é o único liame a guiar-me diante de tanta deformação da vida.
Tudo é permitido, nada proibido.
Somente se condena a naturalidade e a espiritualidade que desvendam a "nova verdade".
Gritarei.
Ouvirão?
O sol, o frescor da manhã, e os pássaros cantando são um alento para o que vem pela frente.
Respiro fundo, dou uma boa olhada em tudo, busco no mais profundo céu uma possibilidade de ver a Deus, e parto.
As pessoas parecem zumbis, não se cumprimentam, se saúdam, se reconhecem. Não, estão distantes de si mesmas, e em consequência dos demais.
Ganho as ruas,o calor seca a esperança, e acorda a realidade da cidade egoísta.
Como autômatos seguem trajetos repetidos todos os dias. Como autômatos consolidam um mesmo pensamento, personalidade, visão de mundo, grupo de relações, uma mesma atividade de sobrevivência, mesma esposa e filhos sociais.
Ouço os passos, frenesi do nada, conversas afiadas e cegas.
Só não ouço corações. Parecem não bater.
Busco uma Igreja.
Um sacerdote, do altar celebra Cristo para si mesmo.
"Com Cristo, em Cristo, e por Cristo" torna-se sem sentido diante de um santuário vazio.
Somente os velhos estão, os que compreendem a proximidade do fim, e procuram arrepender-se sem parar, em prestação de contas antecipadas dos inúmeros erros.
Melhor entrar em um supermercado, um shopping.
Lá estarão os jovens, os adultos, as mulheres.
Lá estarão todos bem acordados, à procura de como se vestir, alimentar, divertir.
Lá estarão com sorrisos mercadológicos, em contemporâneas relações de trocas, neo- estruturalismo antropológico.
Passam a vida trocando, trocando, como se nada se ajeitasse bem, e precisasse ser substituído rapidamente.
Passam a acreditar neste fim que não termina, como realização, recompensa.
Meus olhos não tem a mesma avidez, e sente sono, sonolência desta realidade perdida do capitalismo brasileiro dos anos 2000 dC.
Como uma resistência inconsciente a preservar os sentidos deste avêsso de vida, passo a ter um cansaço de morte.
Quem sabe a cama encerre-me desta prisão mundial, com o sussurro da noite, dos sonhos que ainda assaltam, e assopre em meus ouvidos outras possibilidades, alternativas.
Fantasmas da infância, da juventude, da senilidade fazem uma varredura em erros e acertos, culpando-me e perdoando-me, num etéreo campo de concentração da alma.
Já não posso mais dizer quem sou.
Um incenso de esperança é o único liame a guiar-me diante de tanta deformação da vida.
Tudo é permitido, nada proibido.
Somente se condena a naturalidade e a espiritualidade que desvendam a "nova verdade".
Gritarei.
Ouvirão?
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