Fim de sábado. Minha esposa pede um lanche, um sanduiche de filé de frango. Há uma lanchonete aqui perto, na Barra Funda, o Barra Lanches.
Estava sem vontade de sair, mas devido a insistência saí para comprá-los, saco...
Ao passar pela Lopes Chaves, antes de chegar na rua Barra Funda, vi um morador de rua, semi coberto(ou descoberto?), e deitado ao lado de um latão de lixo de um prédio, tudo muito sujo.
Pensei comigo, como é que eu posso ir comprar alguns lanches e não trazer nada para este cidadão(ele que ninguém nota).
Continuei minha caminhada até o bar e durante o trajeto meu egoísmo foi reduzindo o pedido para o morador de rua para talvez, um queijo quente e um café.
O fato é que acabei até me esquecendo dele, o que foi ainda pior.
No bar, vieram outros assuntos, passava a final de um jogo do Sport e a sua vitória colocava dois times de Recife na divisão especial.
Na volta passei novamente pelo mendigo, que dormia do mesmo jeito, com a metade do corpo descoberta.
Nquele momento fui acometido com a crise de remorso pelo esquecimento que tivera.
Cheguei em casa com os três sanduiches pesando cada vez mais nas mãos.
Sentamos, eu e Meg, para comer, mas aquele mendigo não saía da minha cabeça. Fizemos nossa oração antes da refeição, como é nosso costume, e o alimento tornava-se mais indigesto
Comemos o nosso filé de frango e o terceiro normalmente que era para ser dividido entre nós, estava incomodando minha consciência.
Não resistindo falei com Meg do acontecido, da pessoa abandonada ali na rua, e concordamos que aquele lanche seria para ela.
Terminamos nosso lanche, e fui levar o terceiro, que sobrara.
Ao chegar lá tive de acordá-lo, não sem antes perceber que por dentro de sua calça, rasgada, em sua perna, andava um verdadeiro formigueiro. Impressionante.
Ele agradeceu surpreso, e começou a abrir o sanduiche.
Uma vez entregue, fui embora, mas a meio caminho, incomodado com as formigas, voltei e perguntei-lhe-lhe se não percebia que estava cheio de formigas em seu corpo.
Ele admitiu com uma certa naturalidade, como se fossem membros de sua casa.
Fui embora, meio revoltado, meio pesaroso.
Escandalizado da condição que este povo vive, em total abandono de convívio, de entidades assistenciais, de governo, de partidos, de mim, de tudo.
Abandono total.
Voltei para casa com a sensação de ter feito quase nada.
Deus que me vê, percebeu que este round eu venci, não me deixei levar pelo egoísmo, mas depois, amanhã, não sei...
Lembrei-me de Jesus falando: "tudo o que fizeres por um desses pequeninos, é a mim que fareis".
Minha consciência me retira do comodismo.
Kassab, solução prefeito. João, coragem.
Estava sem vontade de sair, mas devido a insistência saí para comprá-los, saco...
Ao passar pela Lopes Chaves, antes de chegar na rua Barra Funda, vi um morador de rua, semi coberto(ou descoberto?), e deitado ao lado de um latão de lixo de um prédio, tudo muito sujo.
Pensei comigo, como é que eu posso ir comprar alguns lanches e não trazer nada para este cidadão(ele que ninguém nota).
Continuei minha caminhada até o bar e durante o trajeto meu egoísmo foi reduzindo o pedido para o morador de rua para talvez, um queijo quente e um café.
O fato é que acabei até me esquecendo dele, o que foi ainda pior.
No bar, vieram outros assuntos, passava a final de um jogo do Sport e a sua vitória colocava dois times de Recife na divisão especial.
Na volta passei novamente pelo mendigo, que dormia do mesmo jeito, com a metade do corpo descoberta.
Nquele momento fui acometido com a crise de remorso pelo esquecimento que tivera.
Cheguei em casa com os três sanduiches pesando cada vez mais nas mãos.
Sentamos, eu e Meg, para comer, mas aquele mendigo não saía da minha cabeça. Fizemos nossa oração antes da refeição, como é nosso costume, e o alimento tornava-se mais indigesto
Comemos o nosso filé de frango e o terceiro normalmente que era para ser dividido entre nós, estava incomodando minha consciência.
Não resistindo falei com Meg do acontecido, da pessoa abandonada ali na rua, e concordamos que aquele lanche seria para ela.
Terminamos nosso lanche, e fui levar o terceiro, que sobrara.
Ao chegar lá tive de acordá-lo, não sem antes perceber que por dentro de sua calça, rasgada, em sua perna, andava um verdadeiro formigueiro. Impressionante.
Ele agradeceu surpreso, e começou a abrir o sanduiche.
Uma vez entregue, fui embora, mas a meio caminho, incomodado com as formigas, voltei e perguntei-lhe-lhe se não percebia que estava cheio de formigas em seu corpo.
Ele admitiu com uma certa naturalidade, como se fossem membros de sua casa.
Fui embora, meio revoltado, meio pesaroso.
Escandalizado da condição que este povo vive, em total abandono de convívio, de entidades assistenciais, de governo, de partidos, de mim, de tudo.
Abandono total.
Voltei para casa com a sensação de ter feito quase nada.
Deus que me vê, percebeu que este round eu venci, não me deixei levar pelo egoísmo, mas depois, amanhã, não sei...
Lembrei-me de Jesus falando: "tudo o que fizeres por um desses pequeninos, é a mim que fareis".
Minha consciência me retira do comodismo.
Kassab, solução prefeito. João, coragem.
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