O Governo Assad, de alauíta, e de apoio aos xiitas no Líbano e no Irã, tem numa maioria sunita a sua mais severa oposição. O governo Sirio, por representar uma minoria religiosa, e por receber influência do antigo nasserismo, tem uma maquiagem de estado laico, aparentemente democrático, mas de fato totalitário.
Tem uma influência no nacionalismo antiiperialista nasserista, com que goza de certo prestígio de alguns governos progressistas, mas manteve um estado de emergência por 48 anos, suspendendo apenas nesta semana, curiosamente quando matou a mais oposicionistas.
O império usa inteligentemente o conflito entre Xiitas e Sunitas, para fazer o seu domínio.
No Iraque derrubou sunitas e ergueu os Xiitas, gerando um permanente estado de terror no país, como queriam.
Na Líbia, o império se aproveita e vai como quem não quer nada, avançando na Líbia sua presença, para tomar os poços de petróleo da influência dos chineses, que lá estão.
A síria percebendo os exemplos do Egito e da Líbia, posicionou-se claramente pelo confronto com a oposição ainda que sinalizando com aberturas, porque a deixar correr, vai ser derrubado.
Mas certamente não aceitará a influência sunita, aliança com a Arábia Saudita.
Os EUA esperam uma deterioração deste conflito para justificar uma nova intervenção, como "salvadores" dos "jovens desempregados".
As revoltas no Oriente Médio apontam para um aumento do fanatismo religioso, e de uma generalização dos conflitos, com possibilidades de se levar a confrontos de maiores proporções, envolvendo as potências em campos opostos.
Os cristãos pagam o preço das intervenções do ocidente, ainda que nada tenham a ver com isto.
É um pouco cedo para esta afirmação, mas a continuarem os confrontos nos países e com a naturalidade com que os EUA, a França e a Inglaterra intervém sem perguntar a ninguém se podem, de repente acordam a Rússia e a China de seu sono.
Na Líbia há um interesse Chinês sendo retirado.
Como se vê a China com todo o seu desenvolvimento, foi abocanhando pedaços dos negócios deixados para trás, na crise imobiliária do Ocidente.
A oposição síria, ao perceber que está sendo dizimada, partirá pra o terror dentro do território sírio, mesclando terror com o movimento de massas.
É ver para crer.
Vejamos alguns dados da Síria.
População – aproximadamente 22,5 milhões
Regime – República
Composição étnica – 90,3% árabe, 9,7% outras minorias (curda e armênia)
Composição religiosa – 74% muçulmana sunita, 12% muçulmana alauíta (religião de Bashar al Assad), 4% xiitas e druzos e10% cristã
Principais destinos das exportações – Iraque (30,22%), Líbano (12,21%) e Alemanha (8,89%)
Principais origens das importações – Arábia Saudita (10,1%), China (9,95%) e Turquia (6,97%)
Questões geopolíticas
Colinas do Golã – Este território sírio foi ocupado por Israel na Guerra dos Seis Dias, em 1967, e anexada nos anos 1980, em ato não reconhecido pela ONU. Os negociações para a devolução da área fracassaram duas vezes
Líbano – Historicamente, a Síria considera o Líbano sua zona de influência, chegando a ocupar o país por quase 30 anos, até 2005
Relações com o Irã – O regime iraniano é hoje o principal aliado da Síria na região. Os dois países apóiam o Hamas e o Hezbollah
Relações com os EUA – Os americanos impuseram sanções unilaterais em 2004, mas começaram a se aproximar de Assad no último ano
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