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Empresa da China que irá fabricar iPad "brasileiro", a Foxconn taiwanesa, tem um milhão de funcionários

Um milhão de funcionários na China.

Querem instalar uma grande fabrica no Brasil, com 100.000 funcionários, dos quais 20.000 engenheiros.

Para isto eles estão querendo construir uma "cidade inteligente", diferente de nossas "cidades ignorantes", em local a ser definido, para acomodar a fábrica e os seus fornecedores.

Pelo lado do Brasil, está entrando na sociedade o empresário Eike Batista, que deseja instalar uma fábrica da Aple no município de São João da Barra.

São Paulo quer também concorrer para atrair os taiwaneses, mas como é um governo não aliado a Dilma, e tem falado que ela é uma bonachona(FHC), provavelmente irá para o Rio de Janeiro.

Agora, onde está aquele resquício socialista de exigir uma porcentagem da sociedade para o estado brasileiro?

A China faz assim com todas as empresas que se instalam por lá, e nós eentregamos de mão beijada um negócio que abrimos?

Na China, esta tal Foxconn parece ter deixado os funcionários às minguas. E não é que lá é socialista?

Nove suicidaram-se.

Depois deste extremo de vida dos operários chineses, a empresa anunciou um aumento salarial, e passou a administração dos "dormitórios" ao governo local. Quer dizer, passou a bomba para o estado.

Imagino os "dormitórios" e a vida destes funcionários.

Saem do trabalho e vão para os dormitórios. Acordam, tomam a refeição matinal e vão para o trabalho. Depois vão de volta pra o dormitório. Isto permanentemente

Isto aqui no Brasil seria considerado trabalho escravo, não fosse o pagamento do salário.

Sobre a situação da política salarial e carga horária, trago um breve relato de Celso Ming
A legislação trabalhista chinesa é de 1994 e se soma às exigências das leis das províncias. Mas essas leis são só referência. A vida real tem sido mais forte do que ela. Por exemplo: a jornada de trabalho prevista é de 40 horas semanais, mas, na prática, pode passar das 60 horas. O salário mínimo, previsto em lei, só é respeitado nos grandes centros urbanos, onde é de cerca de US$ 70. O professor José Pastore, especialista em questões trabalhistas, calcula que, do 1,3 bilhão de habitantes chineses, apenas cerca de 300 milhões ganham salário mínimo. Só para comparar: o salário mínimo é de quase US$ 170 no Brasil e passa dos US$ 800 nos Estados Unidos.

Arrisco a dizer que o Brasil, sem ter feito uma revolução socialista, só com as lutas populares das últimas 8 décadas, trouxe uma condição de vida e proteção trabalhista superior a dos chineses.

As empresas estão se instalando por lá devido a dois fatores:

1) O imenso mercado de consumo,

2) O baixo custo da mão de obra do trabalhador chinês.

A política econômica de desvalorizar o yuan para exportar a baixos preços terá uma durabilidade de quanto tempo?

É preciso pensar em crescimento com racionalidade, segurança, qualidade de vida e de trabalho.

O Brasil tem tudo para sair na frente. Já fizemos algumas lições de casa que outras nações como a China e a Ìndia ainda não fizeram.

Aí na frente colheremos os frutos de termos alcançado um padrão de vida melhor. 

De que adianta crescer com condições semi escravistas para o seu povo? Sim garantir trabalho é fundamental, mas deve ser acompanhado de garantia de direitos diversos, inclusive o do lazer, que parece o que está faltando e levou pessoas a situações de pane total.

Para se pensar.




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