Conheço meus sentimentos verdadeiramente? Possuo amor verdadeiro e fiel? Quando amo tenho a felicidade de ter escolhido bem? Deixo de transferir meus sentimentos, quando amo? Meu sentimento é coerente? Sou capaz de me examinar para saber melhor meus sentimentos? Tenho consciência de que a vida possui regras, para serem seguidas principalmente nos momentos de fraqueza?
Lógico, estas questões estão colocadas aos que perscrutam o amor na vida, sem distração
Deixo para vocês estas perguntas que também devem ter feito parte do pensamento de Fernando Pessoa, caso contrário ele não teria escrito este poema.
A OUTRA
Amamos sempre no que temos
O que não temos quando amamos.
O barco pára, largo os remos
E, um a outro,as mãos nos damos.
A quem dou as mãos?
À Outra.
Teus beijos são de mel de boca,
São os que sempre pensei dar,
E agora a minha boca toca
a boca que eu sonhei beijar.
De quem é a boca?
da Outra.
O remos já caíram na água,
O barco faz o que a água quer.
Meus braços vingam minha mágoa
No abraço quie enfim podem ter.
Quem abraço?
A Outra.
Bem sei, és bela, és quem desejei..
Não deixe a vida que eu deseje
Mais que o que pode ser teu beijo
E poder ser eu que te beije.
Beijo, e em quem penso?
Na Outra.
Os remos vão perdidos já,
O barco vai e não sei para onde.
Que fresco o teu sorriso está,
Ah, meu amor, e o que ele esconde!
Que é do sorriso
Da Outra?
Ah, talvez, mortos ambos nós,
Num outro rio sem lugar
Em outro barco outra vez sós
Possamos nós recomeçar
Que talvez sejas
A Outra.
Mas não, nem onde essa paisagem
É sob eterna luz eterna
Te acharei mais que alguém na viagem
Que amei com ansiedade terna
Por ser parecida
Com a Outra.
Ah, por ora, idos remos e rumo,
Dá-me as mãos, a boca, o teu ser.
E façamos desta hora um resumo
Do que não poderemos ter.
Nesta hora, a única
Sê a Outra.
Por sua formação ocultista, e renegado do catolicismo, ele transfere para as diversas encarnações o sentimento de perda de uma outra, talvez perdida no passado e que sobrevém no sentimento presente. Aqui ele faz uma confusão doutrinal. Por mais que um homem e uma mulher se amem, eles jamais irão se satisfazer plenamente. E há mesmo ocasiões em que o excesso do convívio nos deixa cansados e exigindo da outra parte aquilo que ela não poderá dar. Somente a presença de Deus é capaz de satisfazer. Quem descobriu a Deus sabe. Mas às vezes nos confundimos e nos frustramos com nosso par, exatamente por não nos apercebermos que o que nos dá este sentimento de insuficiência do nosso par é exatamente uma insuficiência nossa muito maior, de não encontrarmos o nosso Amigo. Este amor infinito que não temos, quem e somente quem é capaz de nos dar? Para retirar o amor ofuscado que temos, amor que precisa reluzir no amor maior
Lógico, estas questões estão colocadas aos que perscrutam o amor na vida, sem distração
Deixo para vocês estas perguntas que também devem ter feito parte do pensamento de Fernando Pessoa, caso contrário ele não teria escrito este poema.
A OUTRA
Amamos sempre no que temos
O que não temos quando amamos.
O barco pára, largo os remos
E, um a outro,as mãos nos damos.
A quem dou as mãos?
À Outra.
Teus beijos são de mel de boca,
São os que sempre pensei dar,
E agora a minha boca toca
a boca que eu sonhei beijar.
De quem é a boca?
da Outra.
O remos já caíram na água,
O barco faz o que a água quer.
Meus braços vingam minha mágoa
No abraço quie enfim podem ter.
Quem abraço?
A Outra.
Bem sei, és bela, és quem desejei..
Não deixe a vida que eu deseje
Mais que o que pode ser teu beijo
E poder ser eu que te beije.
Beijo, e em quem penso?
Na Outra.
Os remos vão perdidos já,
O barco vai e não sei para onde.
Que fresco o teu sorriso está,
Ah, meu amor, e o que ele esconde!
Que é do sorriso
Da Outra?
Ah, talvez, mortos ambos nós,
Num outro rio sem lugar
Em outro barco outra vez sós
Possamos nós recomeçar
Que talvez sejas
A Outra.
Mas não, nem onde essa paisagem
É sob eterna luz eterna
Te acharei mais que alguém na viagem
Que amei com ansiedade terna
Por ser parecida
Com a Outra.
Ah, por ora, idos remos e rumo,
Dá-me as mãos, a boca, o teu ser.
E façamos desta hora um resumo
Do que não poderemos ter.
Nesta hora, a única
Sê a Outra.
Por sua formação ocultista, e renegado do catolicismo, ele transfere para as diversas encarnações o sentimento de perda de uma outra, talvez perdida no passado e que sobrevém no sentimento presente. Aqui ele faz uma confusão doutrinal. Por mais que um homem e uma mulher se amem, eles jamais irão se satisfazer plenamente. E há mesmo ocasiões em que o excesso do convívio nos deixa cansados e exigindo da outra parte aquilo que ela não poderá dar. Somente a presença de Deus é capaz de satisfazer. Quem descobriu a Deus sabe. Mas às vezes nos confundimos e nos frustramos com nosso par, exatamente por não nos apercebermos que o que nos dá este sentimento de insuficiência do nosso par é exatamente uma insuficiência nossa muito maior, de não encontrarmos o nosso Amigo. Este amor infinito que não temos, quem e somente quem é capaz de nos dar? Para retirar o amor ofuscado que temos, amor que precisa reluzir no amor maior
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