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O consumo sob o ponto de vista da vida

O capitalismo impõe uma regra de consumo que vai contra toda lei da natureza.

Na natureza um animal se alimenta quando sente fome.

Não come a toda hora.

Uma vez alimentado o leão, ele acaba aceitando a presença do antílope pastando na proximidade.

No capitalismo, não.

De um lado, muitos ficam sem condições de comer, mas os que tem condições, os que tem condições... o sistema incentiva o consumo contínuo, provocando vários graus de obesidade, até a mórbida.

Não me lembro de tanta gente obesa quanto hoje.

É cirurgia de redução do estômago pr'a cá, são dietas as mais estranhas pr'a lá.

Ao mesmo tempo fazem manequins esqueléticas, como padrão de beleza.

De outro lado fazem academias e exigem corpos esculturais, no velho padrão grego.

Tendo em vista o planeta, e não o capitalismo penso que o consumo deve ser suficiente, sem exageros, tanto para a natureza quanto para o corpo.

Não possuir roupas exageradamente, não comer exageradamente, enfim não ser extravagante.

Não importa que o sistema precise de que eu consuma mais para girar o mercado, e ampliar a oferta de trabalho.

O que importa é ter um planeta que sacie a todos, sem exageros.

Se o sistema capitalista não aceita este princípio, é preciso começar a se rever este sistema.

Ter atividades mais produtivas e criativas é uma característica do capitalismo e o inverso disso foi o sistema produtivo no antigo socialismo soviético, que ainda que avançasse em tecnologia, era um sistema que por ser mais diretivo, não deu liberdade de produção, e defasou-se em relação ao capitalismo, em termos de produtos com mais valor agregado. 

O desafio está em fazer o consumidor se reeducar, para não exceder em si e prejudicar-se.

Este o desafio no mundo, de fazer um planeta que atenda a todos de forma suficiente, sem exageros, sem precisar deformar pessoas.

E atenda com produtos sempre mais aperfeiçoados, e com redução de custos de fabricação crescentes.

Os EUA é um país de obesos, e o Brasil vai pelo mesmo caminho.

É preciso também mostrar que o valor da vida e a felicidade não estão nos bens materiais, mas nos chamados valores abstratos, nos valores espirituais, que conseguem se realizar mais facil mente, quando há suficiente suporte material.

Este apego exagerado por bens materiais está no âmago de um sistema que não responde pela felicidade das pessoas.

Nisto os ambientalistas estão dando um banho nos velhos partidos políticos, ao apresentarem novos paradigmas de vida. O problema é que eles não conseguem propor uma futura sociedade, e em alguns casos se tornam saudosistas medievais, verdadeiros Dom Quixotes

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