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Um casamento com final não tão feliz

Já é dificil reunir a família.

Vocês sabem, nos dias atuais ninguém mais tem tempo para se visitar.

Os parentes que adoecem, ficam em suas casas sem receber visitas, e os que morrem dão adeus a esta correria, sendo que até nos enterros poucos parentes comparecem.

Mas quando tem casamento, rapaz, surgem aqueles primos e primas que há muito tempo não encontrava.

Uma prima muito querida casou-se com um rapaz carioca na Igreja São Luis, da Avenida Paulista.

Conheceram-se pela internet. Podem acreditar, e está dando certo.

Com coral e trompetes matei a saudade de meu próprio casamento, e confesso contive a própria emoção quando Marta passou pelo corredor da Igreja, junto de seu pai, meu primo Orlando Naves.

Depois veio o momento da festa.

Minha esposa, acostumada às sandálias da vida, usadas em décadas de convivência comigo, sofria para caminhar da Igreja até o Hotel Renaissance, que fica a dois quarteirões

Como havia, precavido que sou, havia chegado mais cedo para não perder o casamento, pediram, no hotel, que guardasse o carro no lado da Alameda Santos onde tem a sua entrada principal. Como diziam que o estacionamento era gratúito, já incluído nos custos da festa, acreditei e deixei meu carro na entrada principal

Qual não foi minha surpresa quando soube, ao final da festa, que tinha que morrer ali com R$ 16,00.

Para completar, o meu filho, que guardara o carro no lado certo, da Alameda Jaú, os guardadores de carros quebraram-lhe o espelho retrovisor, não sem antes fazerem uma gambiarra para disfarçar a barbeiragem, fato que só foi descoberto no percurso da volta, já sem poder reclamar "in loco", ou como louco.

Coisa de doido, eu com minha mulher andando naqueles saltos altos como se tivesse pisando em brasas, passando ao lado de uma pedinte que esculhambou com a nossa realeza fajuta, e pagando um estacionamento gratúito.

Penso, as festas são boas, mas parece que o mundo está realmente mais agitado, e não consigo permanecer na alegria o tempo todo.

Fechei a cara, perdi a esportiva, pedi licença a Deus para permanecer casmurro,  nem consigo mais fazer oração ou pedir perdão, nem a mim  mesmo.

E hoje já é terça, e estou seco.

Para completar, ontem caiu um temporal em São Paulo que acabou com a nossa energia, e o meu blog eclipsou.

Na Barra Funda pode acabar, porque é lixo, ninguém liga, mas nos jardins, meu amigo lá a energia continuou firme e forte.

Vai entender.

Estou revoltado!!!! Ahhhhhhhhhhhh

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