Pular para o conteúdo principal

Intolerância religiosa no Paquistão - Pena de morte por acusações sem provas

Petição contra lei anti-blasfêmia no Paquistão já conta com 3 mil assinaturas



PARIS, sexta-feira, 11 de junho de 2010 (ZENIT.org) – A seção francesa da associação eclesial Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) lançou uma campanha pela abolição da “Lei Anti-blasfêmia” no Paquistão, que favorece graves injustiças em nome da religião.

A iniciativa envolve uma petição que deverá ser encaminhada ao governo paquistanês, e já reuniu 3 mil assinaturas em apenas três dias, e propõe ainda uma corrente mundial de orações pelas vítimas.

A lei da blasfêmia pode condenar à morte qualquer pessoa que ofenda o Alcorão ou profeta Maomé. Em sua versão moderna, foi promulgada pelo então ditador do Paquistão Zia-ul-Haq, na década de 80. Desde então, tornou-se fonte de contínuas violências contra cristãos e fiéis de outras religiões minoritárias. Acusações muitas vezes falsas e motivadas por interesses pessoais – a acusação por uma única testemunha pode ser suficiente para a condenação - geram escândalos e impulsionam multidões a fazer justiça com as próprias mãos.

“A lei é ambígua: uma pessoa pode ser acusada sem provas. É utilizada muitas vezes por razões pessoais e para promover vinganças. Constitui uma autêntica violação dos direitos humanos”, explica Marc Fromager, responsável pela AIS na França.

“Tal lei, que deveria proteger o sagrado, é utilizada para oprimir e perseguir as minorias religiosas no Paquistão, entre elas os cristãos”, diz o bispo de Faisalabad, Dom Joseph Coutts.

A Comissão Nacional para os Direitos Humanos e outros grupos da sociedade civil, inclusive muçulmanos, contestam abertamente a lei.

“A lei da blasfêmia deve ser abolida o quanto antes. Ela ofende o Islã e é uma vergonha para o Paquistão”, declarou à Agência Fides Ashgar Ali Engineer, teólogo e jurista muçulmano de origem indiana, especialista em lei islâmica.

“Pedimos ao Governo do Paquistão a abolição imediata da lei sobre a blasfêmia, em particular do parágrafo 295 C do Código Penal, que prevê a pena de morte para os culpados; pedimos ao governo que garanta os direitos de todas as minorias religiosas do país”, indica o texto da petição.

A Comissão Justiça e Paz da Conferência dos Bispos Católicos calcula que entre 1986 e 2010, 993 pessoas foram vitimadas pela lei foi, das quais 120 eram cristãos.

É possível aderir à petição na página na web da AIS (em francês): http://www.aed-france.org/blaspheme/

Envie a um amigo
Imprima esta notícia

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Soneto de Dom Pedro Casaldáliga

Será uma paz armada, amigos, Será uma vida inteira este combate; Porque a cratera da ... carne só se cala Quando a morte fizer calar seus braseiros. Sem fogo no lar e com o sonho mudo, Sem filhos nos joelhos a quem beijar, Sentireis o gelo a cercar-vos E, muitas vezes, sereis beijados pela solidão. Não deveis ter um coração sem núpcias Deveis amar tudo, todos, todas Como discípulos D'Aquele que amou primeiro. Perdida para o Reino e conquistada, Será uma paz tão livre quanto armada, Será o Amor amado a corpo inteiro. Dom Pedro Casaldáliga

UM CORPO ESTENDIDO NO CHÃO

 Acabo de vir do Largo de Pinheiro. Ali, na Igreja de Nossa Senhora de M Montserrat, atravessa  a Cardeal Arcoverde que vai até a Rebouças,  na altura do Shopping Eldorado.   Bem, logo na esquina da igreja com a Cardeal,  hoje, 15/03/2024, um caminhão atropelou e matou um entregador de pão, de bike, que trabalhava numa padaria da região.  Ó corpo ficou estendido no chão,  coberto com uma manta de alumínio.   Um frentista do posto com quem conversei alegou que estes entregadores são muito abusados e que atravessam na frente dos carros,  arriscando-se diariamente. Perguntei-lhe, porque correm tanto? Logo alguém respondeu que eles tem um horário apertado para cumprir. Imagino como deve estar a cabeça do caminhoneiro, independente dele estar certo ou errado. Ele certamente deve estar sentindo -se angustiado.  E a vítima fatal, um jovem de uns 25 anos, trabalhador, dedicado,  talvez casado e com filhos. Como qualquer entregador, não tem direito algum.  Esta é minha cidade...esse o meu povo

Homenagem a frei Giorgio Callegari, o "Pippo".

Hoje quero fazer memória a um grande herói da Históra do Brasil, o frei Giorgio Callegari. Gosto muito do monumento ao soldado desconhecido, porque muitos heróis brasileiros estão no anonimato, com suas tarefas realizadas na conquista da democracia que experimentamos. Mas é preciso exaltar estas personalidades cheias de vida e disposição em transformar o nosso país numa verdadeira nação livre. Posso dizer, pela convivência que tive, que hoje certamente ele estaria incomodado com as condições em que se encontra grande parte da população brasileira,  pressionando dirigentes e organizando movimentos para alcançar conquistas ainda maiores, para melhorar suas condições de vida. Não me lembro bem o ano em que nos conhecemos, deve ter sido entre 1968 e 1970, talvez um pouco antes. Eu era estudante secundarista, e já participava do movimento estudantil em Pinheiros (Casa do estudante pinheirense - hoje extinta), e diretamente no movimento de massa, sem estar organizado em alguma escola,